Citar uma frase possivelmente pronunciada pelo estadista Tancredo Neves, foi a forma mais harmônica que encontrei para falar sobre a Imprensa brasileira e obviamente sobre a imprensa unaiense e comemorar um ano de circulação do “Interessante”. “Se estivesse de escolher entre governo sem imprensa ou imprensa sem governo, certamente escolheria a segunda opção”. É o espírito de liberdade dando o seu recado, é a censura relegada ao enterro nos porões ditatoriais. Precisamos da imprensa sim, mas de uma imprensa que represente o interesse da comunidade. Que esta imprensa esteja atrelada aos princípios básicos da veracidade dos fatos. Que seja democrática e fundamentada nos direitos de todos. O que é difícil, pois se lançarmos um olhar crítico a imprensa no interior de nosso país, ficaremos indignados, descobriremos que a maioria dos jornais não cumpre o seu verdadeiro papel. É uma imprensa tendenciosa, focada no medo; medo dos coronéis disfarçados de “gente”, que continuam insistindo em existir em pleno século XXI, disseminando o “terror” àqueles que ousam mostrar as inúmeras facetas que habitam o seu ser; ameaças veladas, sorrisos disfarçados mostrando as dentições perfeitas e as imperfeições do caráter. Considerados por muitos cientistas, semiólogos e filósofos como um problema altamente preocupante, que hoje eles têm dedicado a analisar o papel da imprensa e a propor mecanismos destinados a evitar que esta se coloque a serviço de grupos contra o interesse da coletividade. Com o olhar onipresente do povo, mesmo cometendo alguns erros, o saldo do trabalho jornalístico tem sido positivo na defesa dos interesses da sociedade e da consolidação da democracia. Mas enfatizo que a imprensa no interior do Brasil é preocupante, a liberdade de expressão quase sempre é cerceada, e estou me referindo à imprensa no sentido lato, o que inclui a TV, o rádio e a internet. A imprensa para ser o espelho da verdade tem que ser livre, não pode ser parceira dos poderes constituídos: elogiar e também criticar no erro; não pode ser conivente; não pode fazer acusações levianas totalmente destituídas de provas; não pode deixar que os interesses particulares e financeiros dos seus responsáveis sobreponham ao interesse do povo; não pode deixar de publicar notas que restabeleçam a verdade com receios de magoar figuras públicas ou pessoas amigas. Não, não fugi do verdadeiro motivo deste artigo, apenas fiz uma explanação da forma como o meu olhar vê o jornalismo sério, eficiente… E este é o retrato do Interessante, que ainda criança, no seu primeiro ano de vida jornalística, já “caiu no gosto popular” por focar-se nas necessidades do povo, disposto a ouvir novas fontes, checar informações, não omissão dos acontecimentos levando com muita seriedade a ética jornalística. Devido a sua aceitação rápida no “mercado informativo”, por motivos óbvios, o Interessante foi buscar notícias em outras cidades do noroeste mineiro, mostrando o verdadeiro rosto do cerrado noroestino. E, contrariando o habitual, não vou apagar a sua primeira velinha; depois do habitual “parabéns prá você” acenderei a vela torcendo e colaborando para que eu possa acender a segunda, a terceira, a quarta…
Alda Alves Barbosa
“Se me fosse dado o direito de decidir se deveríamos ter um governo sem jornais, ou jornais sem um governo, eu não hesitaria um segundo em escolher a segunda opção”, disse Thomas Jefferson em 1787.
A frase atribuída a Tancredo Neves foi dita primeiramente por Thomas Jefferson, segundo presidente na história dos Estados Unidos. Tancredo deve tê-la adotado de roldão, claramente recontextualizando-a.
Jefferson, esse político com “P” maiúsculo, também cunhou outras frases lapidares sobre a imprensa, como a que segue: “Nossa liberdade depende da liberdade de imprensa, e ela não pode ser limitada sem ser perdida”. Um primor.
Quanto à imprensa de Unaí, que dizer?
Afirmar que fazem jornalismo é falsear a verdade. As páginas de jornais e revistas, rádio, televisão e internet são uma ode à propaganda de agentes políticos e empresariais. Propaganda e publicidade devem ter um lugar à parte, não no corpo reservado ao jornalismo.
O fazer jornalismo implica alguma espécie de intermediação pública por parte do profissional, que grosso modo é um prestador de serviço público, e ao público. O fazer jornalístico acarreta “tensão” nas relações sociais, políticas e econômicas. O conflito (no bom sentido crítico e filosófico da palavra) é inerente à atividade e está no âmago do jornalismo que informa o cidadão e busca formar-lhe a consciência. Se não é assim, perdemos todos, porque sob a democracia deveria ser.
No fazer jornalístico, é preciso que se discuta a agenda da sociedade, mostrando todos os lados da moeda, e não apenas de quem paga a matéria-propaganda, travestida de “bom” jornalismo. As pautas devem levar em consideração o interesse público e não apenas de quem paga, senão deixa de ser jornalismo e vira propaganda.
Até onde entendo, o que se deve pagar no jornalismo não é a matéria “jornalística” (que esta não é paga), mas o espaço que se usa para o anúncio publicitário, este separado e bem definido no corpo da página, para não confundir o leitor/ouvinte/telespectador/internauta.
Outra característica do “bom e honesto” jornalismo é ouvir sempre os dois ou mais lados envolvidos na notícia ou no fato, coisa que para os cadernos de propaganda que chamam de jornal não faz a menor diferença.
Não somos contra as “empresas e profissionais” que bancam o seu sustento com os cadernos de propaganda. Mas, a chamá-los de jornal e aos profissionais de “jornalistas” é, no mínimo, pretensão descabida. Há um quê de empulhação no ar.
Resumo da ópera: ou se faz jornalismo, ou se faz propaganda. O que não tem coerência lógica é vender um pelo outro e confundir as cabeças pouco arejadas sobre o assunto. A menos que nem os próprios agentes que se locupletam de tudo isso estejam sabendo do que realmete se trata. Duvido!
Ricardo, gostaria que você me perdoasse por não ter-lhe respondido antes. Mas fiquei sem computador por longos cinco dias, a oscilação de energia elétrica em Unaí é muito grande e isto acaba causando transtornos profissionais e financeiros. Outro motivo também é que gosto de estar com total disponibilidade de tempo para lhe responder. Você vai ao fundo das questões e eu gosto de respondê-lo analizando também cada ítem que você citou no seu comentário. Desculpe-me, sim? Acho que é de seu conhecimento que não sou jornalista, mas com certeza leio e estudo intensamente uma assunto que não faz parte do meu currículo. Além deste estudo que faço através de livros e pela internet, eu lanço sempre um olhar crítico em cima de qualquer jornal que chega às minhas mãos. E apesar de não expô-los à uma avaliação escrita,percebo claramente a ausência de matérias que interessam realmente o nosso povo, a ausência de oportunidades para ambas as partes em questão e acima de tudo vejo com náuseas reportagens tendenciosas…Quando comecei o meu texto parabenizando o jornal INTERESSANTE eu comecei citando uma frase não dita por Tancredo Neves, mas provalvemente citada por
ele, o que não é mais coisa de dizer que foi “pensada por ele”. Encontrei numa pesquisa feita em um site na internet, que após o seu comentário, digitei toda a frase no google e constatei, não que estava duvidando de você, da sua competência para fazer a análise, mas sou curiosa e a minha curiosidade me levou a um uma das bonitas e interessantes histórias de um estadista . Gosto muito de ler biografias e não conhecia com tantos detalhes a vida de Thomas Jefferson. E como gostei muito gostaria que você me indicasse um livro sobre a vida dele. E nesta procura incessante encontrei a tão célebre e importante frase, gosto de dizer que é um pensamento a ser copiado por todos e colocado em execução: “Se me coubesse decidir de deveríamos ter um governo sem jornais ou jornais sem governos, não hesitaria um momento em preferir a última opção”, Blog – Leituras Favre. Quando elogiei o Jornal Inhteressante, é porque vejo nele uma criança dando os primeiros passos sem medo de tropeçar, de cair. Conheço a política do jornal e sei da filosofia dele. Talvez eu nem devesse falar, mas não conheço o Danny, mas conheço o jornal que ele faz e que recentemente se absteve de algumas propagandas, e isto está inserido “entrar menos recursos”, para que pudesse expandir o jornal com matérias de interesse do povo e porque não dizer do povão. Sei que estou a escrever para um jornalista competente, mesmo que ninguém houvesse me falado, não precisaria ouvir as opiniões de outras pessoas, basta ler o que você escreve em “nosso site” para saber que estou sendo lida por uma pessoa que deve ser única em nossa cidade na sua forma de escrever e na análise profunda que faz dos assuntos mais variados. O que sei sobre jornalismo Ricardo, é o que minha curiosidade me faz procurar, mas o pouco que sei da para ver que o “nosso” precisa parar de receiar os chamados “grandes.” Não entendo, mas sei que está inserido em todos os meios de comunicação da nossa cidade e do nosso país, o temor do humano x humano, o humano “forte” financeiramente ou politicamente coagindo aqueles que gostariam de ter um jornal digno, imparcial, livre para noticiar a verdade dos acontecimentos. Como disse na matéria em que você fez o comentário, a maior preocupação dos filósofos e semiólogos é o jornalismo do interior, pois estão sobre o jugo dos mais favorecidos pelo poder financeiro.E por este motivo as propagandas enchem os nossos jornais, porque não são vendidos, o que os sustentam são as propagandas dos feitos , não dos efeitos, dos governantes.Nem que quisessem, poucos comprariam, pois acredito que para que o leitor seja bem informado é necessário que se ouça as partes implicadas para que ele possa chegar através das explanações a uma conclusão não induzida. Enquanto não acontecer isto a imprensa interiorana vai ficando prensada entre “eu faço jornalismo, eu vendo propaganda, mudo de profissão,” se resolver continuar enfrentando os “coronéis”, certamente vai ficar com fome de tudo.” Um grande abraço, mais uma vez me desculpe pela demora e, se você tiver o nome de um livro que já conheça sobre a vida de Thomas Jefferson, me indique. Obrigado, você é sempre muito bem-vindo.
Alda,
Eu sempre fui muito interessado pelos ideiais iluministas e, como efeito, apaixonei-me pela história da Revolução Francesa e da Independência dos Estados Unidos.
Com isso, li muita coisa sobre as 13 Colônias Inglesas e seu levante, que culminou na Independência ianque.
Lembro-me que ainda no colégio lia desesperadamente a vida desses homens e passei a admirar George Washington e Thomas Jefferson.
Tenho admiraçoes também por algumas passagens das vidas de Abraham Lincoln e Theodore Roosevelt.
De pronto, não me lembraria exatamente nomes de livros, mas há biografias de todos.
Abraço.
Ricardo, obrigado mais uma vez pela sua atenção. Farei uma pesquisa na internet e verificarei os melhores livros biográficos de Thomas Jefferson. Um dia disse a uma pessoa que estudou história que gostava muito dos ideais iluministas e , tinha um grande fascínio por Voltaire. Católica fervorosa não entendeu meu ponto de vista, nem eu o dela. Perdi uma amiga.Um grande abraço.
MINHA PARENTA ALDA. VOCÊ SIMPLESMENTE FOI FANTASTICA NESSE ARTIGO. ESSES JORNALECOS DE UNAÍ, INFELIZMENTE PAGO PELO CONTRIBUINTE, PUBLICA O QUE O DÉSPOTA DO PODER EXCUTIVO DETERMINA, INFELIZMENTE ELES NÃO TÊM OPINIÃO PRÓPRIA. PARABÉNS. CITO SANTO AGOSTINHO. “PREFIRO AS CRÍTICAS DO QUE OS ELOGIOS, OS ELOGIOS ME OFUSCAM, AS CRÍTICAS ME FAZ CRESCER.”
Gilvar, a grande preocupação dos cientistas, semiólogos e filósofos é esta, a imprensa que não está a serviço do povo. E as cidades do interior os preocupam mais, porque sabem da dificuldade de se ter um jornal imparcial neste país onde o vil metal tem o poder de construir e destruir pessoas. Depende do objetivo de cada um. Quase que a totalidade dos jornais das pequenas cidades são tendenciosos sim, mas há excessões, ainda bem.
Um grande abraço, meu querido.