O entardecer em Unaí é poesia pura. A beleza das cores que abraça os céus reveste o olhar de quem para, olha e quer aprisionar o belo dentro de si. Sim, é tão bonito que necessitamos desta presença permanentemente dentro de nós. Queremos perpetuar este poema visual em nosso olhar, em nosso coração… Esta poesia nos estimula às caminhadas pelos arredores, é a vida nos convidando a permanecer nela. Mas o momento poético fica apenas no momento, a beleza é dissipada pelos incontáveis terrenos baldios tirando do nosso olhar o belo aprisionado pelo colorido do infinito. Lotes vagos sempre foram motivos de sérios problemas em nossa cidade. As chuvas chegaram exalando o cheiro molhado do chão e os trovões caminham sobre o nosso cerrado. Antes, na ausência dela, os lotes acolheram o mato seco, garrafas vazias, latas, plásticos e outras espécies de lixo. Hoje, a vegetação existente mudou o cenário: a variedade de mato cresce assustadoramente, levando iminentes riscos à população. Terrenos baldios são depósitos de sujeira, de lixos jogados pelos próprios moradores, o que posteriormente se tornarão lugares propícios para a “morada” de ratos, escorpiões que ali vão se proliferar ficando as residências próximas a estes locais sob a ameaça de terem suas casas invadidas por visitantes indesejáveis, além de favorecer pontos de drogas e esconderijos de marginais. Com tantos objetos jogados nestes lotes, e com as chuvas, o perigo do mosquito aedes aegypti encontrar estes locais e fazer dele a morada para sua reprodução incontrolável das larvas é indiscutível, daí a necessidade premente da capina e da remoção do mato e dos objetos que irresponsavelmente foram jogados pelas pessoas que transitam por estes locais ou mesmo pelos próprios moradores que residem próximos aos lotes baldios. A regularização da coleta do lixo deveria extirpar de nós unaienses, o hábito de jogar lixo nas ruas, vivemos em um país de terceiro mundo, mas isto não nos torna necessariamente uma cidade de terceiro mundo, podemos e deveremos ter atitudes diferenciadas, somos brasileiros, mas nossa preocupação com a natureza poderá ser de uma população consciente de que quanto mais cuidarmos do nosso chão mais benefícios ele nos trará.As campanhas que alertam o nosso povo para os cuidados que devemos ter para evitarmos casos de dengue custam aos cofres públicos uma quantia exorbitante e ao município, além de onerar financeiramente, fica a vergonha, pois o mosquito da dengue dissemina onde o cuidado é pouco e a sujeira muita. Negligenciar este aspecto é abrir portas para que diversos tipos de doenças abriguem em nossos corpos. Somos mal acostumados, achamos que os governos têm total responsabilidade sobre as nossas vidas, pensar assim é pensar erroneamente, nós somos responsáveis por nós, pela nossa cidade, começando por colaborar com a limpeza da nossa casa, ela nos pertence, portanto, cabe a nós cuidarmos dela. O governo está aí para fazer as obras necessárias ao nosso município e cuidar para que não falte a este chão educação, saúde, arborização, lazer, cultura, empregos e tudo que nos torne seres humanos mais dignos. Ajudar a cuidar destas conquistas é nosso dever porque aqui moramos e por isso somos os donos desta terra, deste chão. Os terrenos baldios invadidos pelo mato, pelos ratos, pelos escorpiões, estes sim, são problemas que devem ser resolvidos pelos proprietários dos lotes, caso contrário,pelas pessoas que elegemos para nos representar. Precisamos do belo, e nossas ruas não fazem jus à beleza do entardecer do nosso cerrado! Segundo Rubem Alves, “a vida é brinquedo que para nada serve, a não ser para a alegria”! E ver uma cidade limpa, florida, com educação, cultura e empregos é motivo suficiente para que a alegria renasça neste rincão sem flores, sem árvores…
ALDA ALVES BARBOSA
Alda,
Muito bom o seu texto e melhor a sua preocupação, mas as coisas não acontecem expontaneamente, por isso digo que você é o novo na palítica “capim-branquense”, a sua indgnação deve se transformar em ação. Temos vereadores aliados e devem ser acionados. Aqui no DF, temos uma Lei que penaliza os donos de lotes vazios a mantê-los limpos. E também a tributação de imóvel edificado é muitas vezes menor que imóvel sem edificação ou seja se não vai pela educação, vai pela coerção.
Em tempo. Você viu minha foto no time do Unaí Esporte Clube? Está lá no museu Dona Maria Torres.
Foto do ano de 1976.
Obrigado
Orlando
Oi meu amigo, pensei que havia me abandonado, que bom que foi apenas um pensamento, a realidade é outra, você continua se lembrando de mim. O seu comentário vem de encontro a eterna politicagem que existe em Unaí, ela não acabou e acho que nem acabará e se acabar não verei, estarei em lugares mais tranquilos cujas lutas e preocupações serão outras, mas leves, sem ameaças veladas, porque espero estar com Deus, e Este não faz distinção entre as pessoas.Na verdade esta lei existe em qualquer município brasileiro, o prefeito deste chão enviou para a Câmara de Vereadores um projeto para multar os donos destes lotes – que são inúmeros – não sei o porque da não aprovação, ou mesmo a forma como foi feita esta solicitação, na realidade desconheço, pois procurei um vereador para elucidar o problema e não quis me explicar, daí a minha denúncia, as fotos, e lhe digo mais, ali estão apenas dois lotes e um trecho na av. Governador Valadares, se você andar por lá e outros bairros, pasme, o pior não está ali, e olha que o bairro Jardim pertence a chamada “classe” alta de Unaí, imagine a classe pobre, o que está passando. Só há um jeito, nós cuidarmos do espaço que ocupamos, varrendo, plantando, é a população pagando imposto para ela mesma fazer o serviço, porque as doenças virão, como já veio em anos anteriores, e as ruas maltratadas pelo lixo e pela ausência de árvores, flores, tiram a beleza de nossas vidas! Alguém poderá me dizer: Vá morar em outro lugar, não, não irei, este chão pertence a mim também e cabe a mim também lutar para que esta cidade seja nossa, não só de poucos que nem amam este chão, este cerrado, este rincão. Tenho uma tendência muito grande em acreditar que as multas aplicadas aos donos dos terrenos baldios envolve perdas de votos, porque neste país as candidaturas são para enriquecimento, vira emprego, não está vinculada aos interesses e necessidades da população. Um dia, espero que seja breve, conversaremos pessoalmente sobre a real situação do nosso município. Ainda não vi você , não fui ao Museu, mas espero ir ainda esta semana, e ficarei conhecendo o meu grande amigo. Por favor, leia a resposta que dei a Sonia Silva, ela completa a sua e vice-versa. Um grande abraço, e não me abandone. Alda
Oi, minha amiga! Foi com muita tristeza que li seu artigo, pois sabemos o quanto muitos, diria até a maioria dos moradores daqui, gostaria de uma cidade limpa, sem riscos de doenças graves, como já tive o desprazer de passar por uma delas. Por outro lado, fico feliz pois sei que escreve o que o seu coração sente e seus olhos vêem.
Oxalá, todos tivessem a oportunidade de ler “alertas de segurança” como esse e, começassem a agir. É. a palavra chave é AGIR. Se cada morador(a) fizesse a sua parte, teríamos lugares mais bonitos e saudáveis para desfrutar. Ao deixar como responsável somente o governo da cidade, jamais a veremos como todos os cidadãos sonham.
Sim sônia, toda a semana passa por ali e vejo o estado vergonhoso que a nossa cidade se encontra. Tudo acabou, nada floresce mais neste chão, neste cerrado. A internet leva a minoria ao acesso deste site, pois poucos têm possibilidades de adquirir um, portanto , para a totalidade dos moradores de Unaí, este é um meio restrito, mas acredito muito no boca-a-boca, vou aguardar o término das férias para escrever um artigo chamando o povo para a limpeza do seu pedaço no mundo, cada um cuida da sua porta, do seu pedaço de rua, do plantio de árvore e de flores, porque como você acredito que se nós moradores deste cerrado, não colocarmos “a mão na massa”, nada frutificará neste chão, porque a policagem não deixa e quem não pertence a ele e exerce cargos políticos, estão se “lixando” para a sujeira, as doenças ocasionadas por ela. Eu não só falo Sônia, eu vou para o corguinho, olho, vejo como está, converso com os moradores, e ali distribuo jornais, para que as pessoas possam saber o que está acontecendo neste rincão tão abandonado, tão sutilmente silenciado pelo toque de silenciar… E faço a todos esta pergunta: O povo de Unaí se cala por quê? De que temos medo? Estamos em um país democrático, mas a nossa cidade que está dentro deste país é uma cidade onde o autoritarismo é a forma de governar? Como já disse em outros comentários, o coronelismo não acabou, apenas mudaram-se as máscaras. O que me entristece é a parcimônia do nosso povo, o consentimento com o “todo errado”, o grito engasgado… Ajude-me, juntas podemos plantar, podemos até não colher, mas outra geração colherá estes frutos e perderão o medo imobilizador de atitudes. Um grande abraço, Alda
Alda,
Não te abandonei e nem abandono e reafirmo, os anos que você passou fora de Unaí fizeram muita falta para nosso torrão querido. Diferentemente de outras cidades (e Minas é boa nisso) onde a cultura do preservar a história está no DNA dos moradores, é um orgulho ter uma cidade limpa e preservada. Acho que a inércia de nossos conterraneos se deve ao fato de muitos ser nacidos em outras cidades ou estados, e pensam que Unaí para se enriquecer a qualquer custo e que meio ambiente é coisa de viado o que importa é o progresso e que a “California” é aqui.
Alda, as pessoas passam mas as ideias ficam, não desista a luta é árdua mas vale a pena e vale a vida.
Valeu.
Orlando.
Orlando, senti sua falta, por isso fui sincera, pensei que havia me abandonado mesmo, ainda bem que foi intuição falha.Vc tocou num ponto triste para mim, não é a nossa aculturação, mas sim as pessoas que veem morar aqui, chegam, abrem um boteco, e como são trabalhadores, ainda bem, vão abrindo portas e mais portas, e vão multiplicando e diversificando os negócios. Até aí tudo bem. Quando os filhos crescem a primeira providência é tirá-los daqui, pois Unaí não é cidade para se criar filhos, mas com certeza é cidade para se ganhar dinheiro para mandar os filhos para lugares distantes daqui. Eles ficam, afinal, já amealharam muito. Mas quando falecem, a família enterra-os na cidade de origem. Conheço pessoas, que a primeira letra foi aprendida em nosso chão, fez faculdade em outra cidade nos finais de semana, formou, fez pós, doutourado, comprou casas, carros, já está na terceira idade e já pediu aos parentes que a levem, quando falecer, para a cidade de origem, digo de origem, porque na minha concepção terra natal é aquela que te acolhe, que te abraça e cuida de vc como um filho. Hoje fui distribuir jornais no calçadão do córrego Canabrava, levei minha sobrinha de 5 anos, me deu uma aula de cidade limpa, natureza. As pessoa que andam por ali já me conhecem e sabe que tiro fotos de quem joga lixo e anda de bicicleta no calçadão rsrsr, acho engraçado o jeito como me olham, mas valeu, não tem lixo mais no corguinho, pelo ao menos isso. Espero que tenha lido também os comentários que fiz com a Sônia. Ah, domingo postarei mais matéria e a principal tem um título que tenho certeza que não imaginas o porquê: títu “COMO CHOPIN CONHECEU UNAí’, não deixe de ler, ri muito , ainda bem que este caminho que escolhi trilhar posso satirizar, aliás, posso fazer o que quiser com as palavras, exceto ofender,não gosto de ofensas, por isso, falo de tudo com poesia, o resultado vem mais rápido e melhor, Da leveza à denúncia. Desistir não vou não, só se não houver ninguém para ler, o que no momento só tenho tido surpresas agradáveis. O ano que vem terei mais ação. o que significa que o que eu escrever ou poetizar eu correrei atrás, como fiz com a limpeza do corguinho. Obrigado Orlando pela amizade. O genro da minha irmã é parente de Dona Celina, chama-se Vinicius Lucas, vc o conhece ou conhece a família dele? Um grande abraço no coração. Alda
Prezada Alda,
Eu entendo que o ser humano avançou muito na esfera científica, tecnológica, enfim, deu saltos extraordinários em sua faculdade de inteligência.
No entanto, o humano continua “pecando” quando o assunto é consciência: pensar com algum vagar, refletir um pouco antes de agir deveria fazer parte das lides humanas. Porém…
Qual a conseqüência de eu desembalar um picolé e atirar na rua a embalagem? E qual o efeito de eu jogar lixo no lote ao lado da casa do vizinho? Será que o crescimento do mato em terrenos baldios não trará efeitos para a saúde da coletividade? E o efeito “estético” da sujeira?
Infelizmente as pessoas esperam que deuses resolvam os problemas da humanidade. Poluem o meio ambiente, rezam, e entregam a recuperação para a natureza: “Deus recupera”, afirmam alguns. E a responsabilidade e o compromisso do humano, que é o reflexo do espírito divino e sua principal criatura?
Ora, Deus (ou a Inteligência Universal) só pode ajudar o humano que se ajuda. Nem mesmo Deus revoga leis naturais e imutáveis do universo, como o são a lei de causa e efeito ou de conseqüências.
Urge que os humanos (especialmente as crianças) sejam educados de maneira integral, para a formação da consciência (caráter, ética, princípios e valores humanos, respeito à natureza e à mãe-Terra, consciência política e para a cidadania), e não instruídas apenas para a ciência (matemática, português e literatura) e a competição, que levam ao “vencer na vida”.
“Vencer na vida” deveria incluir viver em harmonia com outros humanos (cobrando deveres e obrigações de quem de direito, e transformações em favor de todos) e com a natureza (não a tratando como escrava, mas como criação tão ou mais importante que o próprio homem). Se desrespeitados, ambos cobrarão. E principalmente a cobrança da natureza (após anos de desrespeito à mãe-Terra) poderá assumir contornos de tragédia, de apocalipse.
Portanto, imperioso que o humano realize exames diários de consciência e de higiene mental para melhorar sua relação com outros homens e para “libertação” da natureza. Essa deveria ser a preocupação fundamentalmente dos agentes políticos e financeiros, que não raro olham somente para os próprios interesses, movidos pelo egocentrismo, vaidade e cobiça.
Poluindo, pois, o meio ambiente e a mente humana, estamos nos distanciando cada vez mais do “Jardim do Éden” e nos aproximando de um cenário apocalíptico (sem água, sem árvores, sem jardins, sem almas…).
Como a bandeira do bem (Cristo) deve ser hasteada sobre o Quartel-General do mal (Satã, o adversário), ainda há tempo de oxigenar as consciências e remodelar o comportamento humano e, consequentemente, garantir a sobrevivência de Gaia, este nosso planeta-escola.
Enquanto há tempo, quem puder e quiser, deve fazer sua parte ajudando a remodelar hábitos e costumes e auxiliando na construção de novas consciências!!!
Ricardo, a prepotência humana está tornando o seu próprio espaço para viver a sua prepotência num lugar impraticável para ele mesmo habitar . Acredito que se não reavaliarmos as nossas ações, isto é, o que estamos fazendo da nossa casa(planeta Terra) e ampliarmos o nosso olhar para o que nos dá sustentabilidade, o ser humano estará literalmente “encrencado”
com a sua sobrevivência. E esse olhar só será direcionado para o cerne da questão, quando a natureza que já está se rebelando lhe tirar as possibilidades de uma reconstrução. Então o homem clamará a Deus para que o deixe recomeçar o processo de construção. Só que o ser humano esqueceu que Deus age através do outro… Qualquer ação tem uma reação, portanto, para reconstruir o planeta a reconstrução tem que começar dentro de nós. Diante de tudo que vemos e ouvimos é necessário perguntar como podemos nos reconstruir? A caixa de Pandora está aí, sem que deixemos escapar a esperança, vamos colocar dentro dela a nossa prepotência, vaidade,corrupção, autoritarismo, egos,manipulações, o poder acima do poder, a intimidação do outro) enfim, é o ser humano destruindo o seu semelhante sem a preocupação com a natureza do homem que nasceu para ser livre e com a natureza que o acolheu dando a ele a subsistência para o viver. Fechemos a caixa de Pandora e seremos libertos da maldição da convivência com seres destrutivos que estão como o “Corcunda de Notre Dame” de tanto se curvarem para olhar os seus umbigos. Então como num conto fadas, os maus estarão presos e os bons reconstruirão o planeta e seremos felizes para sempre… Quando isso Ricardo? Quando as mentes adormecidas acordarem com o beijo de Deus? Certamente…
Não sei se já perceberam, mas em Países de primeiro mundo as pessoas tendem a manter as ruas super limpas, inclusive até mais que suas próprias casas. No Brasil funciona ao contrário, as pessoas mantém suas casas limpas, mas não agem da mesma forma quando estão na rua.
Alguém me explica?
Desculpe-me pela demora em responder-lhe mas lhe afirmo que isto não acontecerá mais. Você tem toda razão quando diz que o brasileiro cuida casa mas não se comporta da mesma forma nas ruas. Esqueceu da nossa herança, a latinidade? Com exceção da Argentina, somos todos iguais… O brasileiro, acredito eu, ainda tem um pensamento ultrapassado onde só o seu lar é o lugar de acolhimento, é a fronteira com o mundo visto através das portas e janelas. O lar é o lugar santificado, mas o seu chão, a beleza das ruas limpas, arborizadas, dos jardins impecavelmente cuidados não interessa a ele, ele mora em sua casa solta no espaço das limitações do terceiro mundo. Obrigado por ler os meus artigos, Continue dando suas opiniões. Um grande abraço.
Quanto à politicagem, que dizer?
Afirmar que é jogo jogado, é resvalar pelo óbvio ululante. Constatar que na seara política os interesses pessoais vêm sempre antes dos interesses públicos, é “balbuciar palavras ao vento”.
Que fazer?
Mais uma vez, entendo a resposta como “educação para a consciência”. Além da consciência crítica, da politização, mobilizar os cidadãos para a prática da cidadania ativa: agir e cobrar dos mandatários o que é direito e legal.
Para isso, no entanto, urge mudar o padrão de pensamento e estimular que os cidadãos se interessem pela política real, a da participação efetivamente democrática, da ação direta.
Não a política franciscana do “é dando que se recebe”, mas a política da luta em prol da coletividade, dos bons serviços prestados à comunidade.
Para os agentes políticos que só enxergam o próprio umbigo, melhor que os cidadãos não se interessem mesmo por política, pois assim continuam alimentando a vassalagem cultural e subjugando autoritariamente os cidadãos, tão ao gosto dos barões de um poder caduco e ultrapassado.
Há políticos que se julgam tão espertos por conseguir enganar e ludibriar. Um dia a esperteza engole o dono.
Ricardo, quando estou escrevendo fico pensando também numa forma de colocar “minhas mãos na massa”. Sei que estou trabalhando para as transformações de hábitos que só serão concretizados através de uma consciência verdadeira de que temos dignidade e que tudo que nos faz sentir “menor” é uma forma de nos tirar a essência de ser gente. E ser gente é necessário o repúdio da escravidão do ser pelo ser, e só se consegue isso através de uma visão crítica dos acontecimentos. Temos uma tendência à uniformização de pensamentos e atos, isto é tão prejudicial como o consentimento da imposição do outro para a inexistência de achar por si mesmo. Pensar e agir com valores próprios é a forma de interceptar aqueles que além de serem donos de coisas materiais estão tentando retornar ao sistema “coronelista” tão comum neste nosso país. As mudanças só serão possíveis se houver integração na participação do povo ao repúdio daquilo que nos faz sentir indignos, humilhados … E a educação nos propicia esta mudança comportamental; a nossa visão de mundo se modifica e os padrões de servilismo arraigados em nós pelo medo do outro que acham que as pessoas se vendem, são suspensos pelo orgulho de sermos únicos em nosso pensamentos e ações.A quem interessa a nossa pouca visão? A quem interessa o nosso pouco ou nenhum espírito crítico? A quem interessa este servilismo? A quem interessa o analfabetismo? Alguém está se beneficiando da nossa escuridão visual espalhando sombras na terra que a todos pertence. São os políticos travestidos de fantasmas alardeando o medo àqueles que ignorantes preferem os fantasmas que os levam a prisões existenciais mas colocam em seus rostos os sorrisos disfarçando a miséria que corrói a dignidade antes habitada nestes corpos, nestas mentes sem brilho, ofuscadas pelo medo do outro, que usam o vaso sanitário como qualquer ser humano. Um dia deitam na mesma “cama” (mais cara ou mais barata) mas com o mesmo fim: o abraço da terra. Em tempo, os políticos estão travestidos de fantasmas, ou são… Um grande abraço Ricardo. Obrigado por tirar do seu tempo um tempo para me ajudar a pensar.