FIANDEIRAS

Peças de fiar do Museu Maria Torres Gonçalves

                                                  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fiam fiandeiras, fiam,
  Fiam seus sonhos na roda de fia
 Fiam suas vidas no cantar murmurante do Rio
                                                                  Urucuia,
Cantam o canto rústico do sertanejo.
 
Fiam fiandeiras,
Fiam a vereda no mistério do sertão
Fiam as folhas do buriti empoeirado,
Balançando, balanceando
No vento, pouco vento que acaricia.
 
 Fiam fiandeiras, fiam,
 Fiam na folia dançante do sertão,
Fiam com fios do buriti o parto das águas,
Fiam suas vozes da terra na germinçã
 Algodeira, na lua, poema do cerrado,
 Nas folhas balançantes da lobeira.
 
 Cantam fiandeiras, cantam,
 Cantam o calor bravio do sertão
 O sol sustentando a poeira no ar,
 E flores – migalhas de cores
Veste pobre embelezando a rudeza da paisagem.
 
 Fiam fiandeiras, fiam
Arte com mãos
Mãos calosas acariciantes
Pés de estrada,
De pedras,
De poeira,
E fiam
E tecem
E cantam
E amam. 
 
Alda Alves Barbosa

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